Resumen
O objetivo deste artigo é discutir implicações das conjunturas de crise econômica e de crescimento sobre a relação família-trabalho, tendo por referência empírica as regiões metropolitanas brasileiras. Considera-se que conjunturas de crise possibilitam mudanças na relação família-trabalho, marcadas pelas relações de gênero. Indaga-se se estas provocam mudanças na divisão sexual do trabalho. O conceito de divisão sexual do trabalho é central neste artigo como transversal à família e ao mercado, por definir os lugares de homens e de mulheres nas esferas da reprodução e produção. Os momentos de baixo crescimento econômico nos anos 1980 e 1990, especialmente a crise na década de 1990 sob a reestruturação produtiva, propiciaram a aceleração de mudanças na inserção dos componentes familiares no mercado de trabalho. Definem-se, desde então, rearranjos familiares de inserção no mercado, com participação mais acentuada da mulher casada nas atividades produtivas e redução da participação dos filhos, tendendo para a quebra do padrão “chefe provedor” e a emergência das famílias com dois provedores, que se consolidam no período de expansão da economia a partir de 2004.

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Derechos de autor 2017 Lilia Montali